09 setembro, 2011

Preparativos para o Dia Mundial Sem Carro


Tempo seco, ar arranhando a garganta, uma mistura grossa de fumaça e poeira entupindo o nariz, os pulmões, sujando tudo. Setembro começou com uma nuvem espessa e nojenta de poluição cobrindo São Paulo, cercando prédios e casas, envolvendo as pessoas. A cidade respira a expansão de avenidas até sobre várzeas de rios, a derrubada de canteiros, jardins e árvores para a ampliação de pistas, as tentativas de substituição de parques por túneis, a construção de viadutos sobre viadutos. O excesso de asfalto no lugar das plantas deixa o ar mais seco. As obras voltadas para melhorar o fluxo dos carros e, desta forma, beneficiar a minoria da população, agravam os efeitos da poluição causada pela queima de combustível rotineira e luxuriosa desta mesma minoria. Se no transporte o privado se sobrepõe ao público, na hora de respirar não tem divisão. Tem sido difícil para todo mundo engolir essa mistura de fuligem e oxigênio.

Enquanto a maioria reclama da poluição e de quão insuportável é viver em São Paulo ou nas outras metrópoles do país, sem sequer refletir sobre a conexão direta entre a nuvem marrom visível no horizonte e o escapamento do próprio carro, outros trabalham por mudanças e para tentar melhorar a qualidade do ar e da vida nas cidades em que vivem. Setembro é o mês em que, no dia 22, tradicionalmente é celebrado o Dia Mundial Sem Carro (#DMSC), data que tem sido marcada por comemorações, festivais e apresentações artísticas. Foi assim nos últimos anos e, se depender do entusiasmo de quem, voluntariamente na maior parte das vezes, tem se mobilizado para promover as comemorações desta vez, não será diferente agora.

O objetivo de se organizar um Dia Mundial Sem Carros é divulgar alternativas ao transporte individual motorizado e propor a reflexão sobre a viabilidade e a justiça de cidades planejadas para automóveis. É a data para você que tem um carro e o utiliza rotineiramente pensar sobre sua parcela de responsabilidade na poluição. É o dia para testar alternativas, conferir se o transporte público no seu bairro continua mesmo tão ruim, arriscar uma caminhada mais longa, talvez até pedalar. Em São Paulo, você pode:

- Consultar as linhas de ônibus municipais (SPTrans), intermunicipais (EMTU), do Metrô e dos trens (CPTM).

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