16 junho, 2011

6 pecados ambientais da sacola plástica:Saiba porque as polêmicas sacolinhas plásticas distribuídas aos montes por supermercados e centros comerciais em todo o mundo são um perigo ambulante para o meio ambiente

1. UM PROBLEMÃO QUE LEVA ATÉ 400 ANOS PARA DESAPARECER

É isso mesmo, sacos e sacolas plásticas podem demorar até quatro séculos para se decompor, dependendo da exposição à luz ultravioleta e outros fatores. Trata-se de um período oitocentas vezes maior que o necessário para pôr um fim em materiais como papel ou papelão. Ao contrário do que acontece com o lixo orgânico, que leva entre 2 meses e um ano para "sumir" - sendo decomposto por minhocas, fungos e bactérias - a natureza simplesmente não sabe como se livrar dos plásticos.

Introduzidos na década de 1970, os sacos plásticos são relativamente novos no universo e por isso, segundo cientistas, ainda não há um micoorganismo capaz de decompor no curto prazo esse material, dono de cadeias moleculares quase inquebráveis. Resumo da ópera: apesar de práticas para o homem, as sacolinhas de polietileno feitas a partir de combustível fóssil são um péssimo negócio para a natureza.


2. SOBRECARREGAM ATERROS, REDUZINDO SUA VIDA ÚTIL

Por ano, são produzidos em todo o mundo pelo menos 500 bilhões de unidades de saco plástico, o que equivale a 1,4 bilhão a cada dia ou 1 milhão por minuto. Imagine agora todo esse grande volume de sacolas indo parar nos aterros e lixões a céu aberto. A cena é no mínimo pavorosa, não? No Brasil, os sacos plásticos já representam 10% de todo lixo nacional.

Quando descartados de forma inadequada, eles comprometem a capacidade do aterro, reduzindo sua vida útil e deixando o terreno impermeável e instável para o processo de biodegradação de materiais orgânicos. Pra não falar do tempo quase infinito que levam para desaparecer. Com o excesso de sacolas plásticas, os municípios são obrigados a ampliar seus aterros sanitários.


3. CONTRIBUEM PARA INUNDAÇÕES NOS GRANDES CENTROS URBANOS

Em épocas de chuva, as sacolas mostram as consequências do descarte incorreto, entupindo bueiros nos grandes centros urbanos. Distribuídas a torto e a direito por farmácias, padarias, lojas e principalmente mercados, elas fazem um verdadeiro estrago. Leves e finas, as sacolinhas são varridas pelo vento e pela chuva para os bueiros, prejudicando o escoamento de água, o que contribui para ocorrência de enchentes.

Claro que elas não são as únicas culpadas pelas enchentes e inundações das cidades, mas contribuem muito para agravar o quadro de impermeabilização urbana. Além disso, bueiros entupidos por plásticos tornam-se o ambiente ideal para a reprodução de insetos transmissores de doenças, como mosquitos da dengue.

4. FORMAM ILHAS DE LIXO PLÁSTICO NOS OCEANOS

Nem os oceanos escapam da "plastificação" em massa. Os resíduos plásticos dos aterros urbanos são carregados por enxurradas para o mar ou despejados diretamente nos rios pela população. E eles viajam milhares de quilômetros, sendo encontrados em ilhas e regiões marítimas remotas, bem longe da presença humana. Para se ter uma ideia, uma imensa área entre o litoral da Califórnia e o Havaí ganhou o nome de Lixão de Pacífico. Trata-se uma faixa formada por resíduos com extensão aproximada de 1,6 mil quilômetros que fica à deriva no mar.

Outro exemplo assustador da "plastificação" oceânica pode ser encontrado entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica que fica no meio do Oceano Atlântico, no sentido de Angola, no Continente Africano. Uma expedição do projeto 5 Gyres, que avalia a poluição dos oceanos por resíduos plásticos em todo o mundo, encontrou fragmentos plásticos ao longo de todo o percurso de 3,5 mil km entre o Rio e a ilha, como se formassem uma linha fina e ininterrupta de lixo.

5. MATAM MILHARES DE ANIMAIS POR ASFIXIA E INGESTÃO

A poluição dos oceanos por resíduos plásticos têm consequências catastróficas para a vida nesse ecossistema. Muitos animais podem morrer por asfixia ou ingestão de fragmentos. Entre as principais vítimas estão tartarugas marinhas, peixes e aves como o albatroz.

Estimativas do Programa de Meio Ambienta da ONU (UNEP) apontam que anualmente o plástico é responsável pela morte de pelo menos um milhão de animais marinhos. Pelo volume no estômago, o animal que ingere o plástico acha que não precisa se alimentar e acaba morrendo por inanição, isso se não for asfixiado antes. Pior, quando o corpo do animal se decompõe, o plástico ingerido é liberado novamente no meio ambiente.

6. LIBERAM SUBSTÂNCIAS TÓXICAS AO SE DECOMPOR

A decomposição de sacos plásticos na natureza, ainda que demorada, libera substâncias químicas que contaminam o meio ambiente. No mar, esse processo é acelerado devido à exposição do resíduo ao sol e à água. Segundo estudos da Universidade de Nihon, no Japão, quando o plástico se decompõe no mar, libera bisfenol-A (BPA) e oligômero (PS), substâncias químicas tóxicas que podem afetar a reprodução, o crescimento e o desenvolvimento de animais marinhos. Os males do saco plástico não terminam aí. A tinta usada para impressão colorida possui cádmio, um metal pesado altamente tóxico nocivo ao meio ambiente e à saúde dos animais.


Fonte:

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/6-pecados-ambientais-sacola-plastica-630926.shtml

Gisele Marques Mateus

Gerência da Diversidade-Seduc/MT

* (65) 3613 6328






Um comentário:

  1. Recebi um e-mail da Valbags, fabricante das sacolas plásticas do Grupo Pão de Açucar, em que eles pedem para ajudar a fazer uma divulgação. Trata-se de um manifesto em defesa do contínuo uso da sacola plástica – cuja comercialização/distribuição, futuramente, será proibida no estado de São Paulo.

    Achei esse e-mail um absurdo, pois sou vítima de um acidente envolvendo a sacola fabricada pela Valbags para o Grupo Pão de Açucar (sacola que não aguentou uma garrafa de 900ml, sendo que vem impresso que a sacola suporta até 6kg). Além de poluir o meio ambiente, sua péssima qualidade provocou um acidente em que perdi parte da sensibilidade dos meu pé e tornozelo, além da cicatriz horrorosa que ficou na minha perna; fora outros mil transtornos que sofri.

    A Valbags e o Grupo Pão de Açucar ignoraram solenemente o meu caso, e agora eles tem a cara-de-pau de me pedir para ajudar numa divulgação!
    A empresa Valbags, ao que me parece, não é confiável e só pensa no seu faturamento. Ignorou um acidente de consumo envolvendo o seu produto. Agora, no e-mail/manifesto eles fazem a seguinte afirmação: "o preço da sacola plástica distribuída está embutido no valor das mercadorias.", "Se os supermercados não distribuírem, irão vender as sacolas..." e "tirar dinheiro do povo e dar às grandes redes de supermercado". O Grupo Pão de Açucar (que é o maior cliente da Valbags) uma vez afirmou que o valor das sacolas não está embutido nos produtos do supermercado. Que imagem podemos fazer dessas duas empresas? Fica aqui a minha indignação como consumidora. Tamanha falta de respeito também com o meio ambiente!

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